terça-feira, 15 de março de 2011

Sentimento de culpa

“Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "A minha flor está lá, nalgum lugar..."

Quantos de nós já viveram o dilema de ter que deixar a sua flor para poder desbravar o mundo?

Eu tinha uma flor, que era única no mundo para mim, mas um dia tive que deixá-la e esta não foi uma decisão fácil, pois eu era feliz ao lado da minha Rosa, apesar de suas queixas sobre mim, apesar de ter que dar muito cuidado a ela e não ter reconhecimento. Eu costumava achar engraçado as suas queixas, mas no fundo cada uma delas me feria, pois carregava a culpa por ser incapaz de fazer a minha flor feliz.

Quando parti, o fiz por não conseguir mais compartilhar da sua tristeza, por pensar que eu mesma a deixava assim. Enquanto estive ao lado dela, tentava dar o meu melhor, mas não sendo suficiente, eu me feria, diminuindo-me e ampliando o pior de mim.

Quando parti, senti uma leveza que já não sentia enquanto a contemplava. Inicialmente achei estranho, mas com o tempo fui vendo que quando a deixei livrei-me também do fardo das expectativas. E hoje percebo que podemos levar a vida mais levemente quando deixamos de lado um pouco das expectativas que fazem de nós, mas mais que isso, quando deixamos de lado as próprias expectativas de ser perfeitos em tudo o que fazemos e passamos a ser simplesmente quem somos.

Mas na época não entendia essa coisas e era tudo novo. Apesar de assustada, em minha caminhada, encontrei as mais belas paisagens, as mais incríveis aventuras, as mais doces pessoas, mas eu sempre pensei na minha flor, em cada um dos dias, desde que a conheci. Mais do que isso, eu tinha a nítida certeza de que o que eu sentia por ela era exatamente a mesma coisa, desde a primeira vez que a vi, até o momento presente, mesmo que este sentimento fosse indefinido.

A uma certa altura de minha caminhada, percebi que o que eu já não sabia mais se minha Rosa ainda estava lá e mais que isso, se ainda lembrava de mim. Este foi um momento de muita dor. Eu precisava saber da flor e fui em busca de informações. Quando consegui as informações, percebi que precisava ver a flor. Fui vê-la, mas subitamente, já não a considerei tão bela.

Assustada, pensei que eu havia falhado. Eu não cuidava bem da flor, mas sem mim ela ficava ainda pior. Tentei então me reaproximar, de maneira leve, mas sem deixar de conhecer o resto do mundo, para cuidá-la, ouvi-la queixar-se ou simplesmente apoiá-la, mas a flor já não queria a minha presença.

Segui em frente, buscando a luz em outras coisas que iluminam, mas ferida, jamais olhei as outras flores.

Em meu percurso havia muita felicidade, sonhos, amigos e outros sentimentos bons, mesmo assim, meu pensamento sempre esteve voltado à flor.

Um belo dia, conheci outra flor, linda e encantadora, Talvez fosse o momento de regar outras coisas, mas não era a minha Rosa e por isso mesmo, não me convenceu. E mais uma fez segui fechada pensando que nenhuma flor no mundo tomaria o lugar da minha rosa. Pensei que todas as outras embora belas, seriam vazias, e não as permitia me cativarem.

Convencida de que viver sem a Rosa era o melhor caminho, levei a vida sem o encanto das flores, pois eu jamais encontraria a perfeição da minha flor em nenhuma outra.

Em um momento de confusão fui ver a Rosa, porém ela já não estava mais tão linda, e entendi que por vezes enfeitamos as nossas flores com o nosso sentimento e, isso sim, as torna mais belas. Quando o sentimento vai embora, parte da beleza parte com ele e o que resta é a aparência real das coisas. Então se pode notar claramente um leve defeito na formação das pétalas, ou que nem sempre o perfume é tão agradável quanto parecia, ou ainda que sua cor não é, necessariamente, a mais bela de todas.

Quando minha rosa mostrou-se menos bonita para mim, pus-me a pensar e, de tanto pensar, tornei as lembranças confusas e, outra vez, fui vê-la em seu quintal. Percebi que era linda sim, porém não a única. Passei a olhar a minha volta, às outras flores do jardim e vi as tantas espécies lindas que lá haviam. Pétalas suaves, aromas doces, cores radiantes, formatos e combinações perfeitas. Mesmo assim eu não poderia ter nenhuma daquelas flores, pois a Rosa um dia me disse que não sei cuidar das flores.

Com os olhos envoltos em lágrimas e desejando ser merecedora de poder mais que admirar, observei de longe a minha Rosa.

Foi quando compreendi o porquê havia a deixado. Meu sentimento de culpa, por não cuidá-la bem, era tamanho que eu jamais havia notado que se eu não pude tirar todos os pequenos insetos que insistiam em escalar seu pequeno caule, era porque seus espinhos não permitiam que eu tocasse o seu todo.

Este foi o dia em que voltei a olhar para os lados para descobrir qual a combinação certa quero encontrar e procuro, então, manter todos os sentidos bem abertos, para que possa encantar-me a beleza de uma nova espécie, com um novo doce aroma, com a suavidade de uma outra pétala e quando as doces palavras de uma nova flor sussurrarem ao meu ouvido, que eu dê o meu melhor sem ouvir as vozes traiçoeiras das expectativas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O carteiro e a ventania

A beira-mar sempre me pareceu o ambiente perfeito para se trabalhar. A vista constante das ondas quebrando incessantes, acompanhada dos pássaros que pousam bem no raso, para molhar os pés, o sol e o céu azul... Bem mas o fato é que a realidade não é uma eterna poesia, e caso seja, é preciso adaptar o texto ao cenário.
Trabalhei durante pouco menos de um ano, a frente do mar. No início era perfeito,havia muitas pessoas à volta, era tudo harmônico, singelo, mas com o tempo, veio o inverno, a solidão e um vento forte que cantava qualquer coisa em meus ouvidos e me assustava.
Como a solidão durante muito tempo era minha companheira no “Plantão de Vendas”, desenvolvi um hábito bem enriquecedor e que trago comigo até hoje: o de observar as coisas à volta.
Houve um dia de forte vento em que um carteiro exercia a sua função tranqüilamente, mas ao pegar uma carta para colocar na caixa de correspondências, varias outras voaram.. Em meio a ventania que insistia em espalhar cartas por todo o quarteirão, uma delas adentrou um pátio fechado, de uma dessas casas de veraneio.
Em pânico, o carteiro colocou tanta energia em recuperar tal o envelope fujão, que esqueceu-se das demais correspondências. Largou sua bicicleta no chão, colocou o braço por entre as grades que protegiam o terreno e esticando-se ao máximo, fez malabarismos para pegar o tal papel. Neste momento o vento soprou ainda mais forte, levando a minha atenção para as cartas na sacola abandonada no cesto da bicicleta e eis que estas começaram a voar, por todos os lados, ficando impossível salva-las.
Este foi o exato momento da epifania. Quantos sonhos desperdiçamos colocando energias demais em um sonho perdido? Quantas oportunidades deixamos de ter por ficarmos obcecados por outras que perdemos?
Quando o homem olhou para cima e viu todas as cartas voando, sentou-se no cordão da calçada e, em pânico, paralisou. Segundos depois se levantou ligeiramente e pôs-se a recolher o quanto pode das cartas voadoras. Entendeu que precisava fazer escolhas. Que não podia dedicar tanta atenção às coisas perdidas, cuidar mais das que ainda possuía e que tendo perdido, precisava escolher aquelas que salvaria.
Talvez o carteiro não tenha feitos todas essas observações de maneira tão metafórica, mas ele aprendeu a cuidar bem das coisas que tinha em suas mãos e estar atento às ventanias.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sobre metades e inteiros

A grande vantagem de todo sofrimento com certeza está relacionada aos aprendizados que nos passam e foi justamente essa experiência que me deu embasamento para falar no assunto. E pode até ser que você já inicie essa leitura questionando meu pensamento, discordando do meu texto ou até mesmo imaginando que essa é uma colocação que alguém que sofre de “dor de cotovelo”, mas esse não é o caso.

Não estou sofrendo por alguém, nem dizendo que o amor não existe, tampouco matando o romantismo. Trata-se exatamente do oposto. Eu acredito no amor, amor verdadeiro, que não sufoca, que não possui, que não inveja, que vibra junto a cada conquista.

Com o tempo, a maturidade e as experiências vividas, entendi que o amor liberta e a insegurança que nos torna possessivos. É por amor que permitimos que a outra pessoa busque seus sonhos e nos contentamos em vibrar com as conquistas, seja como par romântico, coadjuvantes ou mesmo apenas como platéia.

Conversando com muitas pessoas sobre suas relações amorosas e tendo uma recente experiência frustrada, questiono-me sobre onde há o erro e sou eu mesma quem respondo: O erro está na nossa forma de busca.

Em primeiro lugar, quem não é feliz com sua própria essência, não vai encontrar felicidade em mais nada. Trata-se muito mais de amor próprio, admiração própria, lutas pelos próprios sonhos, do que de uma idealização de um “par ideal”. Até porque quando o problema for você, perceberá que por mais que encontre a pessoa que preencha a todos os requisitos, ainda assim faltará algo.

Então para começo de história, esqueça essa coisa de encontrar a “outra metade”, “cara metade” “metade da sua laranja”, metade, metade, metade...

Não somos metades de ninguém, somos pessoas inteiras, que buscamos alguém que possa nos acrescentar. Pessoas inteiras são melhores de se relacionar, pois não estão buscando completude (elas já tem isso em si), mas trocas, acréscimos, novas experiências,mas não com metades, porque as metades os sugam demais.

Partindo deste raciocínio, há quem possa dizer que então não é preciso ter alguém ao lado. Preciso não é, mas é bom, nos faz bem, até porque todos sabemos que nenhum ser é uma ilha. A forma que cada um busca, ou espera a chegada desse ser, cabe individualmente a escolha. Há quem afirme que enquanto não encontra a pessoa certa, se diverte com a errada, há quem diga que enquanto não encontra a pessoa certa, vai levando muito bem a sua vida sozinha. Eu mesma já vivi ambas experiências, e dentro das perspectivas, cada uma me fez um bem( ou mal) pro exato momento em que vivi.

Foi, inclusive, repensando meus romances mais antigos e a forma como iniciei e desenrolei cada um deles, que desenvolvi um enorme medo de “gente metade”. Sim, porque se não bastasse o fato de serem incompletos, ainda nos sugam a nossa energia. Isso não é egoísmo, é bom senso, pois ao lado de pessoas metades, passamos também a ser incompletos.

Está difícil de acompanhar meu raciocínio subjetivamente? Ótimo, não há problemas, vamos à matemática:

Metade + metade = Um inteiro, dividido por dois = metade (logo um só é completo junto ao outro. Muito romântico, mas nada produtivo, já que estas duas pessoas só são completas quando estão juntas, não desenvolvem bem outras funções, como família, amigos, trabalho...)

Metade + Um inteiro = Um e meio, divido por dois = 0,75 (logo a pessoa que era inteira perdeu 25% do seu ser, que foi sugado pelo “gente metade”.É isso mesmo, o gente metade” sugou 25% do ser inteiro.)

E isso explica muito bem o meu medo, pois “gente metade” liga sem parar, desconfia demais,cobra demais, exige demais, depende inteiramente da outra pessoa para tudo e a faz sentir-se responsável por todos os seus atos, salientando erros e diminuindo os atrativos. Não são pessoas más, apenas perdidas e grande parte dos seus erros são inconscientes pois ainda estão em busca de serem inteiras, sem saber que a outra metade delas está dentro de si.

Quanto às pessoas inteiras, sei que podemos as vezes parecer egoístas, mas não somos. Podemos ser meio egocêntricas, em função de sermos simplesmente felizes, mas eu, que em determinado momento já fui metade e tentei buscar o que faltava em outro alguém, e que hoje me vejo inteira, posso afirmar com veemência que a relação de inteiros é sempre mais agradável e gera mais experiências produtivas e mágicas, afinal um + um = dois.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Vida Secreta das Abelhas

Quando recusei o convite das amigas pra ficar um pouco mais, alegando que tinha que estar em casa antes das oito, pois passaria no Telecine Pipoca um filme que eu queria muito assistir, ouvi piadinhas de todos os tipos.
Ora, afinal quem acreditaria que havia um filme, que eu sequer lembrava o nome, mas que o anuncio do lançamento na tv a cabo no sábado com reapresentação no domingo, me levaria ate a solidão da minha cama em uma noite tão fria?
Não recordava o nome, mas sabia que se eu marquei a hora e o dia do filme é porque tratava-se de algo que realmente me interessaria.
Sempre brinco com os amigos sobre coisas que me prendem demais. Não saberia citar hoje um único nome, que não os das minhas duas filhas, que me roubariam de uma boa festa, onde eu pudesse dançar a noite toda, mas ficaria em casa feliz se tivesse um bom livro pra ler. Então se pretendem sair comigo no fim de semana, nunca me dêem um bom livro para ler na sexta.
“A vida secreta das abelhas” este era o filme que minhas amigas acreditavam ser um “esqueminha de domingo à noite”.
Quando comecei a ver a história, não entendi o que afinal havia me chamado atenção naquele roteiro,mas a medida que a historia foi se enrolando, percebi que havia uma razão pra eu estar ali.
É incrível como um pequeno erro pode ser responsável por outro ainda maior. Naquela brincadeira de criança de escolher uma personagem pra ser, eu me vi em cada dor da menina.
Não matei ninguém, nunca, nem sem querer, mas tantas foram as vezes que chorando encolhida depois de ter cometido um erro pensei que “eu não sou uma pessoa má, mas faço tudo errado e isso me torna uma pessoa desprezível” que isso gerou uma lembranças da minha única época de infelicidade. Até mesmo eu que sempre fui, e hoje sou novamente, só luz tive um momento de obscuridade em que fui capaz de magoar.
A grande vantagem de fazer sempre o bem é que o sono é sempre tranqüilo, por mais que possa parecer inferioridade, há uma onipotência em agir corretamente.
As pessoas felizes estão ocupadas demais para fazer mal aos outros. Há muita energia a ser direcionada em coisas boas e não resta pra pensamentos de vingança.
Todas as analises que fiz em cima da epifania causada pelo filme, fez-me perceber que minha lente de aumento, não serve só para os relacionamentos amorosos, uso ela em cada sentimento meu, seja de felicidade, de alegria, de admiração, mas também nos de dor e de culpa. E não há sentimento que nos prensa mais que a culpa, pois ela não apenas prende, sufoca e nos move o tempo todo em função dela.
No sufoco da dor e dos questionamentos, lembrei de quando falei a um amigo, sobre o erro que cometi com uma grande amiga, da falta que ela me faz, como fico feliz em saber que ela esta bem, que sinto falta das coisas simples que fazíamos juntas e que ainda a olho com amor. Ele perguntou por que afinal eu não falava essas coisas todas para ela, respondi que ela não me perdoaria e poderia me magoar com palavras duras, as quais eu não me via preparada pra ouvir. Lembro de como meu coração ficou quando ele afirmou que não importava se ela me perdoaria, mas se eu havia me perdoado.
A verdade é que eu também “me perdoei, mas em algumas noites eu acordo chorando, então eu preciso me levantar e perdoar-me outra vez”.
Ainda acordo chorando algumas noites, abafada pelas lembranças pela dor das feridas mal cicatrizadas, pensando na vida que perdi naquele tempo, mas as lagrimas lavam a memória que me traz de volta ao presente feliz e amadurecido.
Sem culpa a vida fica muito mais leve, muito mais feliz. É claro que isso não muda o fato de ter cometido erros, mas olhar-se no espelho e considerar-se uma pessoa melhor e admirar o próprio ser é algo que no enche ainda mais de vida, de luz e INTENSIDADE. E definitivamente, “nenhuma abelha que tenha amor a sua própria vida irá lhe picar”.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Fechado Para Balanço



“FECHADA PARA BALANÇO” essa é a frase que parece estar pendurada em meu pescoço desde o meu término mais recente. Mas ao contrário que possa pensar, isso não é nenhum indício de sofrimento. Ao contrário, há em mim uma leveza que me faz entender que este é um momento necessário ao qual todos deveriam se submeter as vezes, para reavaliar sua realidade.
O que ganhei?O que perdi? O que aprendi? Onde errei? Onde o outro errou? Onde errei levando o outro a cometer um erro? Onde o outro errou me levando a cometer um erro? Onde acertamos? Os questionamentos são inúmeros e não devem ser ignorados. Faz parte do processo de maturidade.
E assim após um análise profunda do relacionamento, deve-se jogar fora todas as lembranças desnecessárias e escolher bem as que serão guardadas. Algumas boas, para lembrar com carinho da relação (mas não todas para que isso não se torne nostálgico quando pensar na decisão que levou ao término) e algumas, poucas, ruins (para que o aprendizado seja válido e também não fique lamentando o fim- essas por vezes são dolorosas, mas a medida que o sentimento morre, a dor também passa, restando, em meio as risadas, o lição do que jamais repetir.)
O fato é que pensar sobre o fim e revigorar as energias é muito produtivo. Isso não significa que devemos ficar em casa chorando as pitangas e se enchendo de esperanças por algo que acabou. Fechar para balanço deve ser um processo prazeroso de autoconhecimento e da realidade e dos sentimentos.
Quando se conhece o que sente, é mais fácil saber como agir com o sentimento e decidir se deve virar a página ou salvar o que resta antes que tudo se perca. Eu nunca considerei “correr atrás” de alguém algo vergonhoso. Quando queremos algo corremos atrás. É assim que funciona quando se quer um carro, um bom trabalho, passar no vestibular , ir pra fora do pais... Corremos atrás e nos orgulhamos, ao falar da conquista, em contar como foi difícil tal vitória.
Então se realmente quer alguém pra si, corra atrás! Todos têm esse direito (desde que seja com armas limpas). Mas antes de tomar tal decisão, se escabelar atrás de alguém, pensando em formas de conquista ou reconquista, questione-se “eu REALMENTE quero essa pessoa?” Ai sim o próximo passo terá mais chances de ser correto e os argumentos verdadeiros.
Porém, lembre-se que nem sempre o sentimento é o suficiente para uma relação. Por vezes amamos alguém cuja presença não nos faz bem ou vice-versa. Para decidir lutar por um amor, considere se o bem que ele te faz é maior que o mal que te causa.
Mas caso conclua que realmente acabou, siga em frente sem medo. Virar a página pode ser um processo agradável. Afinal a maioria das pessoas, quando entende que acabou fica mais bonita, mais alegre, mais agradável. E que seja bem vinda a fase dois!
Mas observe todos os passos. Um dos grandes erros cometidos ao terminar um relacionamento é sair logo ficando com outras pessoas. Isso DEFINITIVAMENTE não funciona. É uma forma de fuga e toda fuga, cedo ou tarde, é descoberta.
Sempre considerei que pessoas que todos os dias procuram festas para ir, agem pro fuga (as vezes fogem de um amor mal resolvido, as vezes fogem de si mesmo). É uma rotina simples: trabalham o dia todo, alguns estudam a noite e depois vão a festas, churrascos, barzinhos... Dormem, acordam (meio cansados já) trabalham, estudam, encontram os amigos... E assim sucessivamente.
Não estou dizendo que não é para ver os amigos nem sair. Devemos sim ter pessoas por perto, afinal ninguém é uma ilha, mas até para isso é preciso autoconhecimento.
Saia! Faça festas!Veja os amigos! Viaje! Conheça pessoas novas!Fique em casa dormindo! Veja filmes, sozinho ou acompanhado! Leia mais!Pense mais!
Mas só faça o que sentir vontade de verdade e seja intenso no que fizer.
Se quiser sair, curta a festa ao máximo, se quiser ver os amigos ria ao máximo, se quiser ficar em casa, descanse ao máximo. Se quiser sair e não gostar da festa, vá embora ou durma no carro se tiver mais pessoas com você (também não vá estragar a festa dos amigos né?! Tampouco tornar-se a mala da vez).
Seja lá o que fizer, dê sempre o melhor de si. Sem fugas! Que tudo em você seja verdadeiro.
Questione-se se for o caso! Muito, sem medos!
E quando conseguir ficar em casa, no máximo da solidão, num sábado a noite e isso te fizer feliz, reconhecerá a cura. Ai sim, bola pra frente porque venha o relacionamento que vier, vai-se desprendido do passado, porque nenhuma relação deve pagar pelos erros de uma experiência que já foi.
Afinal, fechar-se para balanço serve mais que para analisar o relacionamento que acabou, serve também para preparar-se para o relacionamento que vem.
E para essa nova relação, fora todos os aprendizados que teve analisando o passado eu dou apenas um conselho: QUE SEJA INTENSO ENQUANTO DURE.

Catiuscia Santos